quarta-feira, 8 de abril de 2009

Segunda-feira - 06/03/2009

Vi a morte de perto. Na verdade a vi levar uma pessoa hoje.
A equipe do SAMU entrou na emergência com uma moça de dezessete anos, vítima de um acidente de moto. Estava em PCR (Parada Cárdio Respiratória), entubada e com traumatismo craniano.
Enquanto realizavam as manobras de reanimação, eu perguntava a Deus, se aquela moça teve chance de conhecê-lo, de aceitá-lo. Será que estaria pronta pra morte? Será que teria morada certa? E eu orei por sua segunda chance. Eu orei por sua alma.
Dez, vinte, trinta minutos de manobras... fura dali, administra adrenalina, atropina daqui... e eu ali pensando num quarto vazio antes ocupado por ela, o vazio da casa, onde antes ecoa sua voz, irradiava seu sorriso... ela teve uma vida, uma história, e agora, era apenas um corpo vazio, destruído, e em óbito...

A vida é tão sensível! Estamos aqui, falamos, trabalhamos, corremos de um lado para o outro, mas dois segundos se passam, e ninguém pode nos garantir segurança, nem mesmo vida.
É tempo de dar valor ao que temos, somos e fazemos. E mostrar aos que nos cercam que eles são importantes, amadas...

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